Os sentidos no camino do Advento

São Tiago Maior, o Filho do Trovão
25 julho, 2022
São Tiago Maior, o Filho do Trovão
25 julho, 2022

Somos sensíveis ao Natal?🎄 Quando falamos em sensibilidade costumamos pensar em uma pessoa muito emotiva, extremamente apreensiva e bastante delicada; que chora com muita facilidade. Este conceito de sensibilidade não nos ajuda a percorrer o caminho do Advento como tempo de preparação para o Natal. Então do que se trata?

O próprio Santo Agostinho nos ajudará a entrar mais profundamente na sensibilidade humana, pois era um homem que não só tinha um coração inquieto, mas também era muito sensível; até às lágrimas. Para ele, sensibilidade tem a ver com ativar com vivacidade os cinco sentidos: visão👁️, audição👂🏼, olfato👃🏼, paladar👅 e tato🖐🏼. Trata-se de energizar os cinco sentidos não apenas na sua própria forma sensorial – olhar, ouvir, cheirar, saborear e sentir – mas também algo ainda mais radical. Tem a ver com conectar-se com Deus por dentro. Estas são as palavras do nosso santo:

Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E eis que tu estavas dentro de mim e eu fora, e fora te procurei; e deformado como estava, me joguei nessas coisas lindas que você criou. Você estava comigo, mas eu não estava contigo. Essas coisas me afastaram de você que, se não estivessem em ti, não existiriam. Chamaste e clamaste e rompeste minha surdez; brilhaste, e iluminaste minha cegueira; exalaste seu perfume e eu respirei, e suspiro por ti; saboreei-te e sinto fome e sede, me tocoste e  agora ardo no desejo de sua paz”.

Santo Agostinho, As Confissões 10,38

🎯Para Santo Agostinho, a ação de Deus no coração do cristão passa pelos cinco sentidos. Por isso ele abre bem o coração e exclama: “brilhaste, e iluminaste minha cegueira”. Foi o excesso da luz de Deus que dissipou as trevas que o envolviam. Diz “chamaste e clamaste”, poderíamos dizer que gritaste!, e rompeste minha surdez. O próprio Deus o capacitou como ouvinte de sua Palavra. Ele também expressa: “exalaste seu perfume e eu respirei, e suspiro por ti”. Respirou fundo porque daquele momento em diante só suspirou pelo amor de Deus. Ele ressalta: “saboreei-te e sinto fome e sede”; Ele satisfez o desejo do seu coração. E por fim, “me tocoste e  agora ardo no desejo de sua paz”; O toque delicado do amor de Deus envolve-nos com a sua ternura e enche-nos de paz.

🎯Com o santo do coração inquieto poderíamos falar da sensibilidade como os órgãos do coração: os olhos do coração, os ouvidos do coração, o cheiro do coração, o sabor do coração e o toque do coração. É neste sentido que queremos convidar-vos a percorrer o caminho do Advento como uma peregrinação da sensibilidade, que nos aproxima do coração do Natal, do mistério da Encarnação, do encontro face a face e de coração a coração , com a Palavra da vida que se fez carne.

Assim, durante a primeira semana do Advento 🎯abriremos os olhos para um novo tempo; ao tempo de espera e esperança. Assim a experiência de Agostinho será também a nossa: você brilhou e brilhou e escapou da minha cegueira.

Na segunda semana do Advento 🎯nos concentraremos na escuta da Palavra no silêncio do deserto, como nos é proposto na liturgia da Palavra através da figura de João Batista, a voz que clama no deserto. Aplicaremos o estetoscópio ao coração de Deus para ouvir as batidas do seu coração para que, como aconteceu com Santo Agostinho, também seja rompida nossa surdez.

Na terceira semana do Advento nos empenharemos em 🎯cuidar da fragrância da alegria com o cheiro do coração, ou seja, cheirar o perfume da misericórdia de Deus. Assim poderemos exclamar com Santo Agostinho: tu exalaste o teu perfume e eu respirei, e suspiro por ti.

Na quarta semana do Advento 🎯saborearemos as delícias da vocação, porque a vocação é a sobremesa da vida cristã. Acompanhados por dois grandes mestres de resposta vocacional, a Virgem Maria e São José, redescobriremos o gosto pela nossa própria vocação. Então aquela expressão de Santo Agostinho, saboreei-te e sinto fome e sede de Ti, também terá significado para nós.

E por fim, 🎯em pleno Natal nos dedicaremos a sentir, ou seja, a experimentar na própria pele, o abraço de Deus à humanidade no recém-nascido, o Emanuel, o Príncipe da paz, que oferece uma paz que nada nem ninguém pode nos leve embora. Então poderemos dizer com Santo Agostinho que me tocaste e ardo do desejo de sua paz.


Somos sensíveis ao Natal?🎄 Quando falamos em sensibilidade costumamos pensar em uma pessoa muito emotiva, extremamente apreensiva e bastante delicada; que chora com muita facilidade. Este conceito de sensibilidade não nos ajuda a percorrer o caminho do Advento como tempo de preparação para o Natal. Então do que se trata?

O próprio Santo Agostinho nos ajudará a entrar mais profundamente na sensibilidade humana, pois era um homem que não só tinha um coração inquieto, mas também era muito sensível; até às lágrimas. Para ele, sensibilidade tem a ver com ativar com vivacidade os cinco sentidos: visão👁️, audição👂🏼, olfato👃🏼, paladar👅 e tato🖐🏼. Trata-se de energizar os cinco sentidos não apenas na sua própria forma sensorial – olhar, ouvir, cheirar, saborear e sentir – mas também algo ainda mais radical. Tem a ver com conectar-se com Deus por dentro. Estas são as palavras do nosso santo:

Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E eis que tu estavas dentro de mim e eu fora, e fora te procurei; e deformado como estava, me joguei nessas coisas lindas que você criou. Você estava comigo, mas eu não estava contigo. Essas coisas me afastaram de você que, se não estivessem em ti, não existiriam. Chamaste e clamaste e rompeste minha surdez; brilhaste, e iluminaste minha cegueira; exalaste seu perfume e eu respirei, e suspiro por ti; saboreei-te e sinto fome e sede, me tocoste e  agora ardo no desejo de sua paz”.

Santo Agostinho, As Confissões 10,38

🎯Para Santo Agostinho, a ação de Deus no coração do cristão passa pelos cinco sentidos. Por isso ele abre bem o coração e exclama: “brilhaste, e iluminaste minha cegueira”. Foi o excesso da luz de Deus que dissipou as trevas que o envolviam. Diz “chamaste e clamaste”, poderíamos dizer que gritaste!, e rompeste minha surdez. O próprio Deus o capacitou como ouvinte de sua Palavra. Ele também expressa: “exalaste seu perfume e eu respirei, e suspiro por ti”. Respirou fundo porque daquele momento em diante só suspirou pelo amor de Deus. Ele ressalta: “saboreei-te e sinto fome e sede”; Ele satisfez o desejo do seu coração. E por fim, “me tocoste e  agora ardo no desejo de sua paz”; O toque delicado do amor de Deus envolve-nos com a sua ternura e enche-nos de paz.

🎯Com o santo do coração inquieto poderíamos falar da sensibilidade como os órgãos do coração: os olhos do coração, os ouvidos do coração, o cheiro do coração, o sabor do coração e o toque do coração. É neste sentido que queremos convidar-vos a percorrer o caminho do Advento como uma peregrinação da sensibilidade, que nos aproxima do coração do Natal, do mistério da Encarnação, do encontro face a face e de coração a coração , com a Palavra da vida que se fez carne.

Assim, durante a primeira semana do Advento 🎯abriremos os olhos para um novo tempo; ao tempo de espera e esperança. Assim a experiência de Agostinho será também a nossa: você brilhou e brilhou e escapou da minha cegueira.

Na segunda semana do Advento 🎯nos concentraremos na escuta da Palavra no silêncio do deserto, como nos é proposto na liturgia da Palavra através da figura de João Batista, a voz que clama no deserto. Aplicaremos o estetoscópio ao coração de Deus para ouvir as batidas do seu coração para que, como aconteceu com Santo Agostinho, também seja rompida nossa surdez.

Na terceira semana do Advento nos empenharemos em 🎯cuidar da fragrância da alegria com o cheiro do coração, ou seja, cheirar o perfume da misericórdia de Deus. Assim poderemos exclamar com Santo Agostinho: tu exalaste o teu perfume e eu respirei, e suspiro por ti.

Na quarta semana do Advento 🎯saborearemos as delícias da vocação, porque a vocação é a sobremesa da vida cristã. Acompanhados por dois grandes mestres de resposta vocacional, a Virgem Maria e São José, redescobriremos o gosto pela nossa própria vocação. Então aquela expressão de Santo Agostinho, saboreei-te e sinto fome e sede de Ti, também terá significado para nós.

E por fim, 🎯em pleno Natal nos dedicaremos a sentir, ou seja, a experimentar na própria pele, o abraço de Deus à humanidade no recém-nascido, o Emanuel, o Príncipe da paz, que oferece uma paz que nada nem ninguém pode nos leve embora. Então poderemos dizer com Santo Agostinho que me tocaste e ardo do desejo de sua paz.